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Câncer de tireoide

O câncer de tireoide se apresenta tipicamente em um paciente feminino de 30 a 50 anos com um nódulo palpável no pescoço. A frequência em mulheres é três vezes maior que nos homens.  Quando descoberto, geralmente está assintomático, e em muitos casos é perceptível apenas em exames de imagem solicitados como rotina, sendo pouco freqüente sintomas de rouquidāo ou disfagia (dificuldade para engolir) no inicio. Quando em estágio inicial, tem chance de cura maior que 90%.

Os principais tipos de câncer de tireoide sāo o carcinoma papilífero, sendo o mais freqüente e normalmente de boa evolução, presente em 75 a 80% dos casos, o carcinoma folicular, que apresenta em geral boa evolução, ocorrendo de 10 a 15 % dos casos (está incluído um subtipo que é o carcinoma de células de hürthle, com freqüência de 3%), o carcinoma medular, cuja  apresentação tem pior evolução e menor chance de cura e o carcinoma anaplásico, quase sempre fatal, mas felizmente muito raro, acometendo até 1,5%.

O câncer de tireoide não é tāo comum, ele representa 1 a 2% de todos os cânceres. No entanto é o tipo de tumor endócrino mais frequente e é um dos poucos tipos de câncer que tem aumentado sua incidência com o tempo, justificado pelo aumento do diagnostico precoce através de exames de imagem por outros motivos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 2018/2019, sejam diagnosticados 9.610 novos casos de câncer de tireoide (1.570 em homens e 8.040 em mulheres) no Brasil. Esses valores correspondem a um risco estimado de 1,49 casos a cada 100 mil homens e 7,57 casos a cada 100 mil mulheres.

Os fatores de risco sāo pouco conhecidos, mas admite-se que historia familiar e radiaçāo prévia podem contribuir com o aparecimento de lesões malignas na tireoide. Aproximadamente 5 a 10% dos casos de câncer de tireóide tem história semelhante na família. O carcinoma medular está associado a uma síndrome genética com forte componente hereditário familiar, chamado Neoplasias Endócrinas Múltiplas (NEM). 

O diagnóstico consiste em anamnese (conversa com o paciente), exame físico (palpaçāo de nódulos), exames de imagem (ultrassom), exames laboratoriais (calcitonina no caso de carcinoma medular) e punçāo (PAAF – punçāo aspirativa com agulha fina para estudo citopatológico).


O tratamento é cirúrgico e consiste em realizar a tireoidectomia parcial ou total, a depender do estágio da doença. A cirurgia retira a glândula tireoide e em casos selecionados resseca gânglios linfáticos adjacentes acometidos pelo tumor (esvaziamento cervical). No pós-operatório, faz-se a supressão hormonal, que consiste em repor o hormônio tireoidiano com uma dose um pouco superior a necessária, com o intuito de diminuir a produção pela hipófise do TSH, um hormônio que estimula o crescimento do câncer de tireóide. O objetivo é deixar os níveis de TSH em um valor inferior ao nível normal. Radio e quimioterapia são usados apenas em doenças avançadas onde o tratamento cirúrgico nāo foi suficiente para trazer a cura. Em alguns casos, podemos indicar o tratamento com iodo radioativo após tireoidectomia total. 

Alguns fatores podem influenciar negativamente a evolução do câncer bem
diferenciado de tireoide (papilífero e folicular), como pacientes com mais de 45 anos; tumores maiores de 4 cm; presença de metástases a distância; presença de tumor que invade as estruturas adjacentes e não é totalmente ressecado; e alguns tipos mais agressivos de tumor.

Devido a possiblidade de recidiva (recorrência do câncer),  um rigoroso acompanhamento periódico deve ser feito e envolve o exame físico cervical e exames laboratoriais como tireoglobulina (marcador tumoral), TSH, ultra-sonografia cervical e cintilografia de corpo inteiro, podendo ser necessários exames mais complexos como tomografia computadorizada, ressonância magnética e pet scan em situações excepcionais.

 

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